domingo, 23 de fevereiro de 2025


Comemorando 50 anos desde sua primeira exibição, "No.1 Sentai Gozyuger" traz a história de cinco rejeitados que querem se tornar o melhor e mais forte "Número Um" entre os Super Sentai! 


Confira abaixo um papo lendário com o diretor da serie Ryuta Tazaki, que trabalhou em várias séries de Kamen Rider e Super Sentai, e com a roteirista da serie Akiko Inoue, que já tem história na criação de roteiros para filmes e series de Tokusatsu.

--Primeiro, contem pra gente como foi o primeiro encontro de vocês.

Akiko Inoue: Nos conhecemos numa reunião para o episódio 19 de "Kamen Rider Gotchard", que estreou em setembro de 2023. Fiquei nervosa no começo, mas fui tão bem recebida que logo relaxei.

Ryuta Tazaki: Palavras bonitas! Mas não é puxa-saquismo, né? (risos) Na verdade, conheci Akiko quando ela ainda era criança.

Inoue: Sério?

Tazaki: Sim! Na pré-estreia da primeira série Kamen Rider da era Heisei, o "grande sensei" (roteirista Toshiki Inoue) me apresentou sua filha. Naquela época, você era uma criança, mas agora se tornou uma grande roteirista.

Inoue: Obrigada!

Tazaki: Como sou da mesma geração do seu pai, tenho uma diferença de idade considerável com você, quase como pai e filha. Mas é divertido trabalhar com gente mais nova. Eles sempre me ensinam algo novo sobre esse mundo em constante mudança.

--Agora vocês estão juntos como diretor e roteirista principal dessa obra especial que comemora os 50 anos de Super Sentai: "No.1 Sentai Gozyuger".

Tazaki: Kamen Rider e Sentai sempre se superam nos aniversários! (risos) Achei que um diretor mais jovem deveria assumir, mas quando me chamaram, pensei: "Bora lá, dar o meu melhor". Afinal, assisti Gorenger em tempo real quando era criança!

Inoue: Eu trabalho com tokusatsu há só dois anos, então não imaginava que me chamariam tão cedo para ser roteirista principal... No começo, fiquei meio insegura, mas agora as coisas estão fluindo melhor.

--O que vocês pensaram ao trazer as antigas equipes Sentai para esse projeto?

Tazaki: Como é o 50º aniversário, a ideia de reunir antigos times surgiu naturalmente. O conceito de "Número Um" veio dessa ideia de competir entre todas as equipes anteriores.

Inoue: O roteiro tem muitas referências aos antigos Sentai, então pode ser considerado um "festival" para os fãs. Mas, claro, alguns vão amar e outros vão dizer "Não era isso que eu esperava!" (risos).

--Você cresceu cercada por roteiristas. Como isso influenciou sua escrita?

Inoue: Curiosamente, eu não assistia muito ao trabalho do meu pai. Quando perguntaram quais séries Sentai eu conhecia, respondi "Don Brothers" e eles disseram "Esquece essa serie por um momento" (risos). Sempre gostei de mangás como Gintama, mas meu estilo não segue o padrão "amizade, esforço e vitória". Prefiro histórias surreais e emocionais.

Tazaki: E faz sentido! Em Gozyuger, tem vários momentos inesperados. O produtor quer algo mais convencional, mas a Akiko sempre adiciona seu toque especial.

--Como está sendo trazer ação e drama para "Gozyuger"?

Inoue: Quando escrevi "Gotchard", percebi a força que a ação tem. Quero criar uma história que respeite o drama, mas que também destaque as cenas de luta.

Tazaki: "Gozyuger" é quase uma série de Robôs dentro de um Sentai! A ação está insana, diferente de tudo que já foi feito. O Hiroshi (diretor de efeitos) está se superando!

Inoue: Nunca fui fã de animes de robôs, mas essas cenas estão tão legais que agora quero uma figure de robô prá mim! (risos)

--Ela também tem a primeira personagem black feminina de Super Sentai. 

Tazaki: Queríamos um Sentai onde todos lutam para ser o "Número Um". Escolhemos o preto para representar força, em vez do tradicional rosa fofo.

Inoue: Verdade! Quando escrevo, tenho em mente uma imagem digna de capa de Calendário de Tóquio (risos). Mas, desde a primeira reunião, já discutíamos essa ideia de "todos tentando ser o número um". E a pergunta que surgiu foi: "Em um mundo onde ser único é tão valorizado, faz sentido essa obsessão por ser o numero um?"

Tazaki: Pois é! Hoje em dia, tem gente que diz que "ser único é melhor do que ser o numero um", mas eu discordo. No Japão, muitas vezes quem se destaca é criticado. Mas nos EUA, por exemplo, eles celebram quem está no topo. Acho que esse conceito é mais moderno e faz sentido na história.

Inoue: Concordo. E mais, todos os heróis desta série têm suas próprias batalhas pessoais. Seja um conflito familiar, uma demissão, ou simplesmente serem considerados "párias" pela sociedade, cada um tem sua motivação para lutar. A dinâmica aqui é de rivais tentando se superar, não apenas de amigos cooperando.

Tazaki: Podemos dizer que esse é um esquadrão de rejeitados (risos). Mas justamente por isso é tão interessante. Eles não estão lutando apenas para salvar o mundo, mas também para provar algo para si mesmos. Essa busca por redenção e superação é algo bem atual.

Inoue: No fim das contas, o que quero transmitir é que nem sempre precisamos de um grande sacrifício para resolver as coisas. Quero contar uma história onde as pessoas valorizem o dia a dia, encontrem sentido na sua rotina, mesmo que para isso precisem abrir mão de algo temporariamente. Afinal, às vezes, a verdadeira força está em simplesmente continuar.

--O que esperar do futuro do Super Sentai?

Tazaki: Quando velhos como eu forem embora e os jovens assumirem o comando, acho que veremos mais e mais esquadrões com mais jovens e novas ideias. Mas sinto que mesmo no 100º aniversário eles ainda farão coisas como "Hyakujuuger". (risos).

Inoue: Concordo! (risos)


Fonte: WBPNews
By: HR

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